A reforma tributária que está em tramitação no congresso pode acabar trazendo aumento significativo sobre os preços de livros, conforme detalhado aqui. Questionado pelo deputado Marcelo Freixo sobre o assunto durante reunião da comissão mista da reforma tributária, o Ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que é melhor que existam programas sociais de doação direta de livros aos mais pobres do que se manter a atual isenção de impostos sobre as editoras. O ministro não informou, no entanto, como esses programas sociais seriam desenvolvidos, nem que exista qualquer proposta de criação no momento.
A notícia já havia sido mal recebida pelo mercado editorial anteriormente pois a nova alíquota de 12% pode acabar trazendo aumentos substanciais a produção e comercialização de livros que já está em baixa desde o ano passado. O mercado editorial passa por ondas de crises desde 2018 com uma redução drástica das vendas e aumento da pirataria. O fim da isenção de impostos (que existe já há quase 75 anos) apenas contribuiria para a piora do cenário. Tampouco um programa de doação direta de livros aos mais pobres teria qualquer efeito sobre a problemática: qualquer proposta levaria muito tempo para ser aprovada, a doação por si só não garante que cultura seja distribuída aos mais pobres de forma efetiva, além de ter efeito praticamente nulo numa crise editorial como a que o Brasil passa atualmente.