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[Maratona Oscar – Resenha – Barbie

Greta Gerwig abandona o cult de Lady Bird e Adoráveis Mulheres para produzir uma completa galhofa… cult. E justamente por isso o filme é tão bom.

É até interessante lembrar o Oscar de 2021 quando tanto Chloé Zhao, quanto Greta Gerwig (a primeira ganhadora do Oscar de Melhor filme e a segunda indicada a diversos prêmios por Adoráveis Mulheres e A Ilha de Bergman) foram confirmadas em duas grandes produções mais ligadas a cultura pop: Eternos e Barbie. A primeira não foi tão bem sucedida em aliar direção diferenciada com um produto 100% cultura pop. Já a segunda foi o total inverso: Barbie foi um sucesso de público, crítica e ainda deixou a marca dela bem clara para que todos vissem.

Possivelmente o filme mais surtado do Oscar 2024 conseguiu juntar uma direção afinadíssima de Greta Gerwig com um elenco e trilha sonoras super estrelados para abordar um dos brinquedos mais conhecidos da história da humanidade. E ainda que essa descrição pareça apenas um grande comercial da Mattel, a diretor foi totalmente bem sucedida em produzir não só um filme de Oscar e também não só um filme pop.

A pacata Barbieland, um lugar onde todas as Barbies e Kens (e todos os personagens adjacentes) vivem plenamente e em paz tem sua calmaria abalada de repente e a Barbie mais Barbie de todas (Margot Robbie) vai precisar enfrentar os perigos do mundo real para tentar salvar seu mundo e entender tudo que está acontecendo. A sinopse parece até um clássico dos anos 80 de personagens de alguma franquia indo parar no mundo real e Greta até usa bem alguns clichês dessa ideia.

Mas quando somos apresentados às personagens do mundo real Gloria e Sasha (America Ferrera e Ariana Greenblatt) começamos a entender que as metáforas e o roteiro pretendem ir bem mais longe que isso. Na prática Barbie usa de elementos lúdicos de um brinquedos para discutir questões sensíveis da sociedade em especial as mulheres e feminismo. A Barbie de Margot Robbie que se vê como um grupo majoritário na Barbieland, de repente passa a ser uma minoria feminina do mundo real. O mesmo choque passa pelo Ken de Ryan Gosling vivendo o processo inverso.

É impossível separar Barbie de todo o universo infantil que está aliado diretamente a ela e a direção foi muito feliz em não tentar fazer isso. Ao mesmo tempo Greta guarda muito bem todas as suas críticas a sociedade para usar nos momentos mais oportunos possível. É essa mistura que faz o filme ser tão bom e tão diferente ao mesmo tempo.

Barbie está disponível no Max e nas plataformas de aluguel online e foi indicado a 6 Oscars incluindo Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro adaptado.

Quer saber mais sobre a nossa opinião sobre o filme? Escute nosso podcast:

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